Segundo o empresário Aldo Vendramin, a energia eólica tem se consolidado como uma alternativa estratégica e viável para cooperativas rurais que buscam reduzir custos, aumentar a autonomia energética e ampliar seu compromisso com a sustentabilidade. Em um cenário de instabilidade no fornecimento de energia elétrica convencional e aumento dos custos operacionais no campo, a adoção de fontes renováveis, como a força dos ventos, representa uma oportunidade concreta de inovação e eficiência.
O potencial da energia eólica no meio rural
A energia eólica é gerada a partir da movimentação das hélices dos aerogeradores impulsionadas pelo vento. De acordo com Aldo Vendramin, essa fonte limpa e renovável encontra no meio rural condições ideais de aproveitamento, principalmente em regiões de planície e litoral, onde a circulação dos ventos é constante e forte ao longo do ano.
As cooperativas, por sua natureza coletiva, possuem estrutura organizacional e escala de consumo que favorecem a instalação de sistemas eólicos compartilhados. Além disso, como entidades voltadas ao desenvolvimento local, as cooperativas têm facilidade de mobilizar recursos, negociar com fornecedores e implantar projetos de geração distribuída com participação ativa dos seus associados.

Redução de custos e autonomia energética
A instalação de turbinas eólicas permite que as cooperativas rurais produzam parte ou toda a energia que consomem em suas atividades produtivas. Conforme aponta Aldo Vendramin, isso representa uma economia significativa nas faturas mensais de energia elétrica, especialmente em setores como irrigação, resfriamento de leite, beneficiamento de grãos e armazenagem, que demandam consumo contínuo.
Outro benefício importante é a previsibilidade dos custos energéticos. Enquanto as tarifas das distribuidoras podem sofrer aumentos frequentes, a geração própria garante maior estabilidade financeira e reduz a exposição a crises energéticas. Com maior autonomia, as cooperativas ganham competitividade e liberdade para expandir suas operações.
Modelos cooperativos de geração compartilhada
O modelo de geração compartilhada permite que diferentes produtores rurais, associados a uma mesma cooperativa, utilizem a energia gerada em uma única unidade eólica instalada em um terreno comum. Frisa Aldo Vendramin que esse formato reduz os custos de implantação e manutenção, além de democratizar o acesso à energia limpa entre agricultores de diferentes portes.
A energia gerada é compensada nas contas de luz de cada cooperado, por meio do sistema de créditos energéticos, regulamentado pela Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL). Essa lógica colaborativa fortalece o vínculo entre os membros da cooperativa e impulsiona práticas sustentáveis no campo.
Incentivos, financiamento e viabilidade econômica
Apesar dos benefícios, o investimento inicial em sistemas eólicos ainda pode ser um desafio para pequenas cooperativas. Conforme destaca Aldo Vendramin, linhas de financiamento específicas, como as do BNDES e Pronaf Mais Alimentos, além de programas estaduais e parcerias com empresas de tecnologia, têm sido essenciais para viabilizar esses projetos.
Além disso, a redução no custo dos equipamentos e a maior oferta de consultorias especializadas em energia renovável têm contribuído para tornar a energia eólica mais acessível. A análise técnica prévia da viabilidade do projeto — considerando fatores como velocidade média dos ventos, área disponível e perfil de consumo — é fundamental para garantir o sucesso da instalação.
Sustentabilidade e imagem institucional fortalecida
Adotar energia eólica também reforça o posicionamento das cooperativas rurais como protagonistas da transição energética e da economia verde. Segundo Aldo Vendramin, esse compromisso com práticas sustentáveis contribui para melhorar a imagem institucional, atrair novos cooperados e ampliar a inserção no mercado consumidor, especialmente nos segmentos que valorizam produção com baixo impacto ambiental.
Além disso, o uso de energia limpa está alinhado às exigências de mercados internacionais, que cada vez mais consideram critérios ambientais nas suas relações comerciais. Cooperativas que investem em fontes renováveis demonstram visão de longo prazo e responsabilidade com o futuro do planeta.
Um novo horizonte para o cooperativismo rural
A energia eólica está deixando de ser uma promessa distante e se tornando uma realidade no campo brasileiro. Com organização, planejamento e acesso a políticas públicas adequadas, as cooperativas rurais podem liderar esse movimento, promovendo inovação, redução de custos e sustentabilidade energética.
O futuro do agro depende da diversificação das fontes de energia e do fortalecimento de modelos colaborativos. A força dos ventos, somada à força do cooperativismo, forma uma combinação poderosa para impulsionar o desenvolvimento rural com inteligência, economia e respeito ao meio ambiente.
Autor: Roman Lebedev