Os fundos com impacto social mensurável vêm ganhando espaço no mercado de capitais ao conciliarem retorno financeiro e benefícios concretos para a sociedade. Esse modelo busca financiar projetos em áreas como saúde, educação, habitação, saneamento e infraestrutura social, exigindo que resultados sejam comprovados por meio de indicadores claros. De acordo com o especialista Rodrigo Balassiano, a integração desses fundos à ICVM 175 representa um passo importante para garantir governança, transparência e aderência regulatória. A norma estabelece parâmetros que fortalecem a credibilidade das operações e oferecem maior segurança a investidores que desejam unir propósito e rentabilidade.

Estruturação de fundos com impacto social mensurável
A montagem de fundos com impacto social mensurável começa com a definição de objetivos claros e métricas de avaliação que demonstrem resultados tangíveis. A ICVM 175 exige que regulamentos detalhem políticas de investimento, critérios de seleção de ativos e mecanismos de reporte. Essa estrutura garante que os recursos sejam direcionados de forma transparente e alinhada às expectativas dos investidores. A clareza na escolha dos projetos e a adoção de contratos bem elaborados são fundamentais para assegurar que os impactos sociais pretendidos sejam alcançados.
Obrigações de governança e transparência
Integrar fundos com impacto social mensurável à ICVM 175 implica reforçar a governança e ampliar a transparência. Auditorias independentes, relatórios periódicos e mecanismos de fiscalização são indispensáveis para acompanhar o desempenho dos projetos e comunicar resultados à sociedade. Conforme Rodrigo Balassiano, a prestação de contas clara e consistente não apenas fortalece a credibilidade do fundo, mas também aumenta sua atratividade junto a investidores institucionais, que valorizam práticas de compliance robustas e mensuração precisa dos impactos.
Benefícios para investidores e sociedade
Os fundos com impacto social mensurável oferecem vantagens distintas. Para investidores, representam a possibilidade de diversificação em ativos que conciliam retorno financeiro com responsabilidade social. Para a sociedade, significam recursos destinados a áreas prioritárias, que geram benefícios coletivos e desenvolvimento sustentável. De acordo com Rodrigo Balassiano, esse alinhamento entre interesse privado e interesse público é um dos diferenciais mais relevantes do modelo, criando um ciclo virtuoso em que todos os envolvidos se beneficiam.
Desafios regulatórios e técnicos
Apesar das vantagens, a integração de fundos com impacto social mensurável à ICVM 175 apresenta desafios. Entre eles estão a definição de métricas confiáveis para avaliar impacto, a heterogeneidade dos projetos financiados e o custo associado à implementação de mecanismos de monitoramento. É necessário estabelecer indicadores padronizados que permitam comparabilidade e reduzam a subjetividade na avaliação dos resultados. Além disso, a constante atualização das práticas de governança e conformidade exige comprometimento de gestores e administradores para evitar riscos regulatórios e jurídicos.
A importância da mensuração de resultados
A característica central dos fundos com impacto social mensurável é a exigência de comprovar os efeitos gerados. Métricas como número de famílias beneficiadas, ampliação do acesso à saúde, criação de vagas escolares ou expansão da infraestrutura urbana tornam-se indicadores de desempenho. Essa mensuração não só reforça a transparência, mas também permite ajustar estratégias e melhorar a eficiência dos investimentos. Fundos que apresentam resultados concretos atraem mais capital, pois demonstram capacidade de transformar recursos em benefícios reais para a sociedade.
Considerações finais
Os fundos com impacto social mensurável representam uma evolução significativa na forma de estruturar investimentos, integrando retorno econômico e propósito social. A ICVM 175 fornece o arcabouço regulatório necessário para que esses fundos operem com segurança, governança sólida e transparência. Para Rodrigo Balassiano, o futuro desse modelo depende da capacidade de gestores e administradores em alinhar métricas claras de impacto às exigências regulatórias, fortalecendo a confiança dos investidores. Quando bem estruturados, esses fundos se tornam instrumentos estratégicos de desenvolvimento sustentável, capazes de gerar valor econômico e promover transformações sociais de longo prazo.
Autor: Roman Lebedev