Rodrigo Balassiano explica que, na complexa engrenagem do mercado financeiro, há agentes cuja atuação é fundamental, ainda que pouco visíveis ao grande público. Dois desses personagens essenciais são o custodiante e o administrador de fundo de investimento. Embora não sejam termos populares fora dos círculos especializados, suas funções são indispensáveis para garantir a segurança, a transparência e a eficiência nas operações de compra e venda de ativos, além da gestão operacional e regulatória dos fundos.
Enquanto o custodiante assegura a guarda e movimentação correta dos ativos, o administrador de fundo de investimento é o responsável por supervisionar todo o funcionamento do veículo, garantindo que todas as transações estejam em conformidade com as normas vigentes. Ambos são peças-chave no processo de liquidação e administração dos recursos de investidores institucionais e individuais.
Quem são o custodiante e o administrador de fundo de investimento — e qual a importância de suas funções no sistema financeiro?
O custodiante é uma instituição financeira responsável por armazenar, registrar e movimentar os ativos financeiros de seus clientes, sejam eles pessoas físicas ou jurídicas. Ele age como um intermediário entre investidores e bolsas de valores, assegurando que as transações sejam executadas de forma segura e dentro dos prazos estabelecidos. Sua atuação permite que os investidores possam negociar ativos sem precisar lidar diretamente com os sistemas de compensação e liquidação.
Além da guarda física ou eletrônica dos ativos, o custodiante também realiza serviços como a emissão de extratos, atualização de posições e o suporte em processos corporativos, como dividendos e bonificações. Rodrigo Balassiano elucida que esse papel estratégico garante que o sistema financeiro opere com fluidez e confiabilidade, já que qualquer falha nessa cadeia pode comprometer a integridade do mercado e afetar milhares de investidores.
Como o custodiante atua na liquidação de operações?
A liquidação de uma operação envolve a transferência de recursos e ativos entre comprador e vendedor após a negociação ser confirmada. Nesse momento, o custodiante entra em cena para garantir que essa troca ocorra de maneira sincronizada e segura. Ele opera nos bastidores, conectando-se aos sistemas centrais de compensação e liquidação, como a CETIP (hoje parte da B3), para assegurar que cada título seja entregue ao novo proprietário somente após a confirmação do pagamento.

Segundo Rodrigo Balassiano, esse processo é feito de forma automatizada e em tempo controlado, evitando riscos como o de crédito ou liquidez. O custodiante também monitora os prazos legais de liquidação, como o conhecido D+2 (dois dias úteis após a negociação), garantindo que todas as partes cumpram suas obrigações dentro do cronograma estabelecido. Assim, mesmo que o investidor mal perceba, o custodiante está ali, assegurando a integridade da operação.
Por que o custodiante é considerado um agente invisível, mas essencial?
Apesar de sua relevância, o custodiante permanece muitas vezes à sombra de corretoras, bancos e bolsas de valores. Seu trabalho é discreto, técnico e quase imperceptível para o usuário final. No entanto, sua ausência ou mau desempenho poderia causar danos significativos ao mercado. Afinal, sem um sistema eficiente de custódia, a negociação de ativos seria lenta, arriscada e pouco confiável.
Sua posição de respaldo faz dele um pilar do ecossistema financeiro moderno. Rodrigo Balassiano frisa que investidores podem comprar ações, ETFs, títulos públicos e outros instrumentos financeiros com tranquilidade porque sabem que seus ativos estão sob custódia de instituições reguladas e confiáveis. É justamente esse papel silencioso, porém crítico, que torna o custodiante um dos agentes mais importantes, ainda que invisíveis, do mercado financeiro global.
Um elo crucial na confiança do mercado
Portanto, é notável que a atuação dos custodiantes na liquidação de operações garante que os recursos e ativos circulem com transparência e eficiência. Apesar de pouco conhecido pelo grande público, ele é um dos pilares que sustentam a confiança no sistema financeiro. Sem o custodiante, a movimentação de bilhões diariamente pelos mercados seria impensável. Portanto, embora invisível, seu impacto é absolutamente visível na estabilidade e no funcionamento saudável dos mercados.
Autor: Roman Lebedev